domingo, 19 de janeiro de 2014

Alt for Norge

Hey guys!

Como prometido, estou de volta para estrear minha coluna semanal aqui no Fã Clube Oficial.
Existem muitas coisas sobre as quais eu adoraria escrever e eu pretendo não ser demitido do blog antes de ter tempo pra falar de todas elas.
Entre todas as opções possíveis, resolvi começar pela minha maior paixão. A paixão que já consumiu mais tempo, dinheiro e lágrimas de mim (depois das mulheres): livros.

Sem dúvida nenhuma, a grande responsável pela minha obsessão literária foi minha mãe. Ela sempre leu muito e sempre me incentivou desde cedo com livros infantis e gibizinhos. Até o dia em que colocou O Mundo de Sofia em minhas mãos. E acho que mal sabe ela que isso mudou minha vida dali pra frente.


A história começa com uma garota, Sofia, prestes a fazer 15 anos, que começa a receber cartas misteriosas em sua caixa de correio. O conteúdo dessas cartas? Um curso de filosofia que, entre outras coisas, mostra para Sofia, e para nós, leitores, que a filosofia é algo muito simples que todos já praticaram alguma vez na vida e que deveriam praticar mais.
A primeira carta recebida por Sofia traz o questionamento: Qual é a coisa mais importante da vida? E explica que, para alguém com fome, a resposta seria comida; para alguém com frio, a resposta seria calor; para alguém sozinho, a resposta seria companhia.
Mas, sanadas as necessidades básicas, quando não se faz necessário se preocupar com fome, saúde, frio, companhia, educação e, até mesmo, dinheiro, o que nos sobra?

'Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. [...] Nós temos a necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos.'

E é aí que eu apresento-lhes, senhoras e senhores, a Noruega.


Esse país vem sido reconhecido e premiado há muitos anos como melhor país para se viver, melhor país para se nascer, país mais pacífico do mundo, país com melhor funcionamento e estabilidade. Possui o melhor IDH do planeta e está sempre nas primeiras posições entre as nações com o maior PIB.
Isso tudo sem mencionar suas paisagens, montanhas, fiordes e auroras boreais.
É óbvio que não existe lugar perfeito, mas a Noruega está bem perto disso e uma visitinha de um dia (ou uma década) com certeza está nos meus planos.

Voltando à vaca fria, uma vez que as necessidades básicas são atendidas, as pessoas não passam fome, não passam frio e não têm que esperar horas para serem mal atendidas em um hospital público, elas têm tempo, disposição e inspiração para se questionarem sobre quem somos e o que estamos fazendo aqui.
Mais importante ainda, as pessoas têm tempo, disposição e inspiração para se admirar com as coisas.


Foi nesse contexto que surgiu Jostein Gaarder.

Autor do já citado aqui O Mundo de Sofia, o norueguês escreveu muitos outros romances e contos com praticamente o mesmo objetivo: tornar fácil e palpável o que, por muitos séculos, foi considerado assunto para intelectuais. E loucos.

Em O Mundo de Sofia, você passeia pela história da filosofia e faz alguns exercícios básicos de reflexão.
Em O Dia do Curinga, fala-se sobre o fato de vivermos de olhos fechados, do fato de nos conformarmos com uma vida normal e não nos questionarmos sobre tudo isso que nos rodeia.
Em O Castelo nos Pirineus, o leitor é convidado a participar de uma discussão sobre o mundo material e o mundo místico.
E o post já está grande demais para falar sobre cada uma de suas outras obras.

Cada livro do Gaarder é uma viagem diferente. Seja essa viagem para a Noruega, para um mundo espiritual ou para dentro de si mesmo, todo livro dele tem me tornado uma pessoa diferente a cada página.

E fica aqui meu convite para que você participe dessa viagem também.

Mas fique avisado:

A passagem é só de ida.

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