Como prometido, estou de volta para estrear minha coluna semanal aqui no Fã Clube Oficial.
Existem muitas coisas sobre as quais eu adoraria escrever e eu pretendo não ser demitido do blog antes de ter tempo pra falar de todas elas.
Entre todas as opções possíveis, resolvi começar pela minha maior paixão. A paixão que já consumiu mais tempo, dinheiro e lágrimas de mim
Sem dúvida nenhuma, a grande responsável pela minha obsessão literária foi minha mãe. Ela sempre leu muito e sempre me incentivou desde cedo com livros infantis e gibizinhos. Até o dia em que colocou O Mundo de Sofia em minhas mãos. E acho que mal sabe ela que isso mudou minha vida dali pra frente.
A história começa com uma garota, Sofia, prestes a fazer 15 anos, que começa a receber cartas misteriosas em sua caixa de correio. O conteúdo dessas cartas? Um curso de filosofia que, entre outras coisas, mostra para Sofia, e para nós, leitores, que a filosofia é algo muito simples que todos já praticaram alguma vez na vida e que deveriam praticar mais.
A primeira carta recebida por Sofia traz o questionamento: Qual é a coisa mais importante da vida? E explica que, para alguém com fome, a resposta seria comida; para alguém com frio, a resposta seria calor; para alguém sozinho, a resposta seria companhia.
Mas, sanadas as necessidades básicas, quando não se faz necessário se preocupar com fome, saúde, frio, companhia, educação e, até mesmo, dinheiro, o que nos sobra?
'Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. [...] Nós temos a necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos.'
E é aí que eu apresento-lhes, senhoras e senhores, a Noruega.
Esse país vem sido reconhecido e premiado há muitos anos como melhor país para se viver, melhor país para se nascer, país mais pacífico do mundo, país com melhor funcionamento e estabilidade. Possui o melhor IDH do planeta e está sempre nas primeiras posições entre as nações com o maior PIB.
Isso tudo sem mencionar suas paisagens, montanhas, fiordes e auroras boreais.
É óbvio que não existe lugar perfeito, mas a Noruega está bem perto disso e uma visitinha de um dia (ou uma década) com certeza está nos meus planos.
Voltando à vaca fria, uma vez que as necessidades básicas são atendidas, as pessoas não passam fome, não passam frio e não têm que esperar horas para serem mal atendidas em um hospital público, elas têm tempo, disposição e inspiração para se questionarem sobre quem somos e o que estamos fazendo aqui.
Mais importante ainda, as pessoas têm tempo, disposição e inspiração para se admirar com as coisas.
Foi nesse contexto que surgiu Jostein Gaarder.
Autor do já citado aqui O Mundo de Sofia, o norueguês escreveu muitos outros romances e contos com praticamente o mesmo objetivo: tornar fácil e palpável o que, por muitos séculos, foi considerado assunto para intelectuais. E loucos.
Em O Mundo de Sofia, você passeia pela história da filosofia e faz alguns exercícios básicos de reflexão.
Em O Dia do Curinga, fala-se sobre o fato de vivermos de olhos fechados, do fato de nos conformarmos com uma vida normal e não nos questionarmos sobre tudo isso que nos rodeia.
Em O Castelo nos Pirineus, o leitor é convidado a participar de uma discussão sobre o mundo material e o mundo místico.
E o post já está grande demais para falar sobre cada uma de suas outras obras.
Cada livro do Gaarder é uma viagem diferente. Seja essa viagem para a Noruega, para um mundo espiritual ou para dentro de si mesmo, todo livro dele tem me tornado uma pessoa diferente a cada página.
E fica aqui meu convite para que você participe dessa viagem também.
Mas fique avisado:
A passagem é só de ida.
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